domingo, 7 de março de 2010




A arte é o personagem principal de simbiose. O artista Sergio Silva utiliza a técnica da monotipia-pintura que, por sua própria elaboração, busca a harmonia entre os elementos e remete ao título da exposição. Linhas escuras em conformação circular na maioria das imagens criam formas dentro de um clima de alto contraste visual.

A mostra traz momentos integrais de uma concepção que vem sendo construída. Ela exibe detalhes de um cotidiano que ainda não existe. Um futuro onde as estruturas, padrões formais, filosóficos e antropológicos da Terra estão modificados. São signos de uma realidade irreal e possível, de um imprevisível futuro do nosso presente inconsequente.

Os cenários e pessoas expressam inquietação. Veem-se ruínas tomadas por uma vegetação incomum, penetradas pela luz do dia e pela sombra das raízes de árvores singulares. Os rostos das pessoas sugerem emoções diversas que passam pelo medo, curiosidade, perplexidade de uma raça em adaptação. Cores em matizes fortes expressam uma Natureza vigorosa.

Outro importante elemento dessa série é o Palhaço. Personagem recorrente em toda a mostra, ele parece representar o artista em sua inquietação. Por vezes colorido, por vezes sombrio, mas sempre intenso, ele traduz os diversos sentimentos experimentados durante a reflexão criativa.

Simbiose é um momento no desenvolvimento da temática de Sergio Silva. É um meio e um resultado do processo criativo. É a proposta de uma nova poética espacial, trazendo um convite a conhecer os desdobramentos da criação.

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